Quem sou eu

Uma entidade difícil de definir pelo formalismo lingüístico. Entretanto, enquanto sujeito, defendo a liberdade de crítica e pratico a crítica da liberdade. Conseqüência: caminhar sobre o "fio da navalha" buscando o equilíbrio entre a transgressão e a disciplina, entre o rigor e a suavidade; tendo como "sol", a iluminar-me e a apontar-me o horizonte, a emancipação conferida pela reflexão ética e como forma primeira de expressão: a poesia.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sem Título

JUVENTUDE

O que será a poesia?
Corporificação da fantasia?
Exteriorização do sentimento?
Ou será só fingimento?

Por que ficamos horas a poetar
Divagando rimas afora
Quando nos atormenta o sonhar?
Será mera loucura?

O que te trazem esses versos
Que melodificam gracejos
E glorificam nossas visões
Sublinhando nossas sensações?

Será que nos trazem esperanças?
Ou iludem nossa felicidade
Num brincar de esconde –esconde
Entre palavras dispersas?

Onde habitará o poeta
Que em sutil crença
A tudo canta
Numa esvaída lembrança?

Será a poesia fruto d’um instante?
Ou símbolo d’um viver
Que sem perceber
Passa a todos indiferente?

Ah... poesia é mais que isso!...
Do raio de sol da tarde
Uma alma que se esconde
Sai de seu omisso,

E sobre uma janela perdida
Revê a paisagem esquecida!
Nutre forças verdejantes

E tem idéias inflamantes!...

Vive em todos os momentos.
O pasado, o presente e o futuro...
Num só tempo, todos juntos,

Num conviver tão puro...

Sílabas há muito armazenadas
Tomam, então, nova forma
E nasce o poema
Da alma enamorada

Desejos longínquos, dissipados
Retornam à mão trêmula
Que escreve linhas singelas
De sonhos tão almejados

Ventos, negros cabelos
Flores e olhos belos
Fundem-se numa só essência
De rósea transparência

E, na poesia, a alma enamorada
Encontra um mundo doce e amigo
Onde reinam beijos e afagos
Que lhe refazem a alegria reprimida

O que é pois a poesia
Senão um bálsamo ao coração
Que numa doce canção
Suaviza-nos a fantasia

Nela os sentimentos se encontram...
E palavras belas se combinam
Numa querida sensação
Que é só, então, fruto da ilusão...

Assim, numa sonoridade tímida
Mui longe de ser Coreliana
Fica em linhas surdas
Implícita a esperança ufana

Que sem saber como
Deixa entre rimas inacabadas
A vontade incontida

De querer dizer: “te amo”.

HTSR/009315111982