Vida pacata é esta
A vida em meu quarto.
Horas sozinho reparto
Com a paz discreta.
Dia leve, de beleza dourada...
Neste dia airoso
A tarde cheira a um licor precioso
Parece uma taça entornada...
Nuvens esparsas e alvadias,
Assim tão deslizantes
Pelos céus errantes,
Parecem silhuetas fugidias...
Ouvindo valsas e sinfonias
Brinco de ser poeta,
Deixando que sonhos em festa
Me levem ao país fantasia!
Mas do enlevo desses dias
Já começo a me enjoar!
E um novo quê vem despertar
Em meus esboços de poesia.
Um quêzinho ainda dormente,
De uma coisa semente,
Que vai inchandoE vai crescendo...
Sem que possa exprimir
Um estranho modo de sentir,
Escrevo rimas avessas
Ao som de músicas dispersas.
E a lembrança de uma figura
Que de tão terna me encantara,
Está agora ausente.
E de mim distante...
Mas doce e feminina,
Afaga uma saudade menina
Que em meu ser desponta,
Ainda que discreta.
Alegre e carinhosa...
Assim te guardo, assim te lembro,
Misto de rosa e andorinha
Dos meses brandos de setembro!...
Estes dias de janeiro
Como demoram a passar.
Isso me faz pensar:
Será igual em fevereiro!
Que março chegue sem demora!
Cada segundo é como hora.
Desejo logo rever-te
Minha querida Elizabeth.
HTSR/004901011981