Quando julgava já dormir meu amor
Eis que ele se acorda cheio de ardor.
E, como um bravio mar,
Dá, de sua graça, o ar!
Balanceia-me, fortemente, o coração,
Encanta-me a alma com sua poção,
Leva meu cérebro a delirar,
E inspira-me a veia do poetar.
A ficção ímpia e incrédula
Ataca-me de novo em fantasia
Levando-me a sonhar, em poesia,
Sutilezas de uma fé singela
E, como que ofuscado pela luz,
Prendo-me ao papel que me seduz
A ti em êxtase escrever
Por maravilhado te querer
Deixa-me cantar teu rosto querido
Teus lindos olhos de puro mel
Teu sorriso tão amável
Que torna a mim encantado
Deixa meus dedos em ti tocar
E em teu colo os descansar
Deixa-me sonhar contigo
Num mundo doce de afago
Teus cabelos negros me enebriam
Tuas faces rosadas me estonteiam
E o licor de teu olhar
Enche de sabor o meu amor
Sinto-me desmaiar de ventura
Ao teu aroma de frescura
Ah... cândido perfume
Que a alma estremece-me
Ao dormir na noite morna
Sinto teu leve semblante
Que a meu sonho adorna
Tão doce e languidamente
Acordo palpitante... delírios!
Te procuro na ilusão
Chamo teu nome em vão
Em meu peito... soluços!
Quero te apertar em meu peito
Sentir teu acalanto
Me envolver em teus abraços
Te aquecer em meus braços
Quero teus lábios beijar
Seu sabor desfrutar
Em tua linda formosura
Quero afogar minha loucura
Se a maciez de teus seios
Sentisse em mim, então
Seria o clímax de anseios
Há muito almejados, senão...
Num gozo que me sufocaria
Meu amor transbordaria
Feliz, então, me tornando
Em algo que vivo esperando
Nesse dia sem igual
Seria minha felicidade final
Não poderia haver outra maior
Do que sentir em mim teu amor
HTSR/009203101982