Cobriu-se de sangue minhas faces...
Ao longe, o marulhar das ondas
Sincronizou com o cantar das aves
Naquela hora iluminada!
Estremeci de tanto amor e tanta glória!
Minha alma de alegria cingida,
Poetizou outros versos, novamente,
De luzes e venturas, aqui na vida.
Como se ao Olimpo tivesse eu ido,
Senti-me nas mãos de Afrodite!
Inquietei-me como um rio na montanha
Queimada pelo fogo do horizonte.
Nunca flamejou tanto um corpo!
Que êxtase mágico eu vivi.
Naquele lúbrico momento
Que do ósculo o mistério senti!
Louco suceder de felicidades!
Amor e sonho num só momento.
A garça fugindo e o vôo ficando,
Delirando a alma de encanto!
Substanciando-se os desejos,
A vida sorriu-me ao peito
Afogueada no frescor
Da alegria em pranto!
Ensejo lascivo de rubor!
Minha virilidade umedecida,
Envolta no oral calor
D’uma ninfa apaixonada!
Dos beijos foi-me o mais íntimo!
Senti não só o instante,
Mas vivi a eternidade
Num momento de completude!...
HTSR/011013071984